01. "Todo novo começo vem do fim de um outro começo"
Sobre (re)começos, (re)descobertas e a despedida que eu não fiz.
Não é a primeira vez que eu uso esse trecho de uma das minhas músicas favoritas da vida como título de um conteúdo pessoal. E, muito provavelmente, não será também a última.
Tenho pra mim que as mudanças são como um bombom de chocolate meio amargo: até é gostoso, é saudável mas, muitas vezes, ele acaba sendo o último bombom da caixa. Você vai procrastinando, escolhendo os ~bombons~ que trazem mais prazer ou aquele sentimento de aconchego, mesmo que ás vezes tragam alguns desconfortos (né, chocolate branco para quem é intolerante a lactose? risos). Até que, naquela hora do aperto, da vontade do docinho pós almoço, ele se torna aquele pedacinho prazeroso. E aí vem aquela pergunta: por que eu não experimentei isso antes? Ou melhor: por que eu não me permiti experimentar algo diferente antes?
Eu poderia botar a culpa no meu ascendente em Capricórnio por ser uma pessoa metódica e, muitas vezes, resistente à mudanças bruscas. Mas, depois de tantos anos de terapia e um diagnóstico, posso reconhecer que esse é mais um traço da minha ansiedade. Ou melhor, mais um daqueles monstros que minha mente transforma em algo muito maior e me torna prisioneira de mim mesma.
Do meu último post feito no finado blog lá no início da pandemia até hoje, passaram-se quase 3 anos. De lá pra cá, muita coisa mudou. Mesmo. Ao meu redor, na minha rotina, na minha carreira e, principalmente, em mim. Foi preciso devorar uma caixa recheada de bombons nem tão gostosos assim, entre amargos e sabores que eu recusaria experimentar, tipo mamão (pra mim, o Bolsonaro das frutas: não suporto), para não apenas mudar, mas entender o que eu gosto e não gosto, o que eu quero pra mim e o que eu quero distância. Foi preciso sentir aquele amargo na garganta para que eu pudesse sentir a doçura em seguida.
Por coincidência ou pura ironia do destino, comecei 2020 fazendo uma promessa pessoal de fazer as pazes comigo mesma. Foi preciso mergulhar dentro de mim e enfrentar meus maiores medos para que eu pudesse, quase três anos depois e entre muitos trancos e alguns barrancos, sentir que eu estou enfim no caminho certo de me tornar a melhor pessoa que eu posso ser para mim mesma.
E, no meio de tantos ciclos que se fecharam, o Borboletando foi mais um deles. Sem despedidas, sem rodeios, simplesmente aconteceu. Depois de 16 anos, achei que era a hora da metamorfose final, em mostrar quem eu me tornei ao final dessa jornada.
E foi assim que nasceu o nome dessa newsletter, Pequenas Vi(c)torias: um trocadilho do jeito que eu gosto com meu nome, mas que posso relatar um pouco das minhas experiências, das minhas redescobertas, do que eu gosto e de poder voltar a ver a produção de conteúdo pessoal como um hobby, e não uma obrigação.
É isso. Que venha 2023 ;)
Um beijo, Vic
ps: vou deixar essa playlist que eu produzi especialmente para meu último aniversário como mimo para os leitores do finado blog que amavam as mixtapes;
ps 2: uma hora eu mudo esse layout, por hoje vai assim mesmo pq é aquilo, o que vale é começar de algum jeito;